sábado, 27 de outubro de 2012

Palestra - O CERN hoje


Palestrante: José Carlos da Silva: É técnico e investigador do LIP (Laboratório de Instrumentação e Física de Partículas)

O professor fez inicialmente uma breve apresentação da “organização CERN”, ressaltando que no ano de 1949 teve-se a primeira tentativa de cooperação civil em Física Nuclear, sendo que em 1952 teve-se a criação do CERN (Conseil Européen pour la Recherche Nucléaire) sob a autorização da UNESCO. Inicialmente, foi fundado por 12 países Europeus, sendo que hoje possui 20 países membros.

Há cerca de 9000 utilizadores, dos quais 2246 são funcionários (base no ano de 2009), com um custo de aproximadamente 900 milhões de Euros. Atualmente, quase 10000 institutos espalhados por todo o mundo utilizam o CERN, como pode-se observar na figura abaixo.

                                    Fonte: Apresentação do professor Dr. José Carlos da Silva

Ao total, o CERN possui 19 laboratórios, sendo realizado nestes 191 projetos além do LHC, ou seja, o Centro Europeu para Pesquisa Nuclear é muito mais que o LHC. Tudo começa no LNAC 2, onde os prótons são acelerados e são enviados para vários experimentos diferentes. Por exemplo, recentemente ouviu-se na mídia que foram encontrados neutrinos que viajavam mais rápido que a luz. Estes neutrinos super luminais saem do LHC e seguem para uma universidade em Roma – Itália. Logo, pode-se dizer que o CERN nada mais é que um conjunto de experimentos que está localizado a 100 km de profundidade da superfície, possuindo um túnel com 27 km de perímetro, sendo este o componente básico do LHC.

                                 Fonte: Apresentação do professor Dr. José Carlos da Silva

Este túnel é composto de aproximadamente 9000 magnetos supercondutores, responsáveis por curvar a trajetória das partículas carregadas que se deslocam em seu interior. Para simular o melhor possível às condições iniciais do Universo, é utilizado ao longo dos 27 km deste túnel hélio liquido que deixa o ambiente a uma temperatura de 2 K (cerca de – 271 ºC). A corrente elétrica alcança cerca de 7000 ampers (14 TeV) e conta com 1232 dipolos e 392 quadripolos.

Uma curiosidade, cada dipolo custa em torno de 1 milhão de dólares – é por estes dipolos que cada feixe “se movimenta” em direções paralelas,  sendo que os feixes são cruzados nos experimentos (Atlas, Alice, LHCb e CMS).

Túnel por onde são guiadas as partículas carregadas.
Fonte: Apresentação do professor Dr. José Carlos da Silva

Comentando um pouco sobre os quatro grandes experimentos localizados no LHC, sendo que aqui no blog farei uma postagem separada para descrever cada um dos experimentos.
Em todos os experimentos do LHC, as partículas são aceleradas no longo túnel com velocidades que correspondem a cerca de 99,999991% a velocidade da luz no vácuo. Quando de chocam, as partículas apresentam condições semelhantes à do Big Bang, criando novas partículas que são registradas pelos diferentes detectores presentes nos experimentos.

O LHC possui um projeto de computação financiado pela União Europeia. Chamado “GRID”, nada mais é que uma grande infraestrutura de computação de última geração que proporciona registrar e analisar a grande quantidade de informações geradas de forma intensiva. Esse projeto tem um caráter colaborativo internacional que consiste em uma grade baseada em rede de computadores com conexão em 140 centros de computação em 35 países.


O globo metálico ilustrando a Worldwide LHC Computing Grid (WLCG), no Centro de Computação CERN

Além desses projetos, as experiências do LHC possibilitaram uma grande evolução na tecnologia de aparelhos eletrônicos. Uma vez que não se encontram em nenhum lugar os equipamentos utilizados nas experiências, os técnicos tiveram simplesmente que inventá-los!!! Isso mesmo, boa parte dos componentes que compõem os experimentos são pensados e criados no CERN. A partir disso, algumas tecnologias e aplicações para elas apareceram no LHC, como por exemplo, a tecnologia de supercondutividade.


A apresentação do professor José Carlos da Silva pode ser encontrada neste LINK.



Palestra - A criação do CERN e a renovação da ciência Europeia


Palestrante: José Mariano Rebelo Pires Gago: é um físico de partículas e político português. Sua formação inicial é em Engenharia eletrotécnica, pelo Instituto Superior Técnico (Universidade Técnica de Lisboa), em 1971. Seu doutorado é em Física, pela Universidade de Paris, em 1976. Realizou diversas atividades vinculadas a instituições de pesquisa, como por exemplo, no Laboratório de Física Nuclear e de Altas Tecnologias da École Polytechnique e na Organização Europeia de Pesquisa Nuclear (CERN). Assumiu diversos cargos governamentais relacionados ao meio científico e tecnológico. Além de todas essas atividades, é professor catedrático do Instituto Superior Técnico.
Fonte: Wikipédia

Em sua palestra, o professor José Pires Gago comentou sobre como ocorreu o surgimento do Centro Europeu de Pesquisa Nuclear (CERN). As ideias para a criação do CERN aconteceram depois da II Guerra Mundial, depois que acabou a chamada “segunda guerra nuclear”. Nesta época de pós-guerra, a Europa encontrava-se destruída e era necessário reergue-la.

A situação das pesquisas científicas e ciência fundamental realizadas na Europa eram muito antiquadas em relação ao restante do mundo. Para reverter tal situação, um grupo de cientistas e políticos visionários imaginaram um laboratório de física sem aplicações militares, o que permitiria o encontro de cientistas de diversos lugares, visando construir a união europeia.

Inicialmente, a ideia de criar uma organização deste gênero partiu por um americano, Robert Oppenheimer, o qual defendia a ideia de que a Europa não poderia depender dos Estados Unidos ou da URSS para fazer ciência fundamental, logo, necessitava que toda Europa se juntasse para construir tal organização.

No final do ano de 1949 – 4 anos após o final da II Guerra mundial – durante a Conferência Europeia da Cultura, mais precisamente em Dezembro de 1949, foi feita a primeira proposição oficial da criação do laboratório por ninguém menos que o Prêmio Nobel francês Louis de Broglie. Em junho de 1950, durante a Quinta Conferência da UNESCO, em Florença - Itália, o Prêmio Nobel de Física Isidor Rabi apresentou uma proposta na qual dizia que era preciso construir um grande laboratório de ficção científica para unir as pessoas e a Europa. Um fato curioso, Niels Bohr e posicionou contra a construção deste laboratório, pois isso faria com que as pesquisas ficassem focadas na Europa.

Depois de muitas discussões, o diretor da UNESCO (Pierre Auger !!!!!) em uma reunião em dezembro de 1951 decretou a criação do laboratório: Conseil Européen pour la Recherche Nucléaire (Conselho Europeu para Pesquisa Nuclear). Dois meses mais tarde onze países assinam um acordo estabelecendo o conselho provisório. Tinha nascido o acrónimo CERN


Em julho de 1953, durante uma convenção do Conselho Europeu para Pesquisa Nuclear doze países assinaram um termo de países fundadores, sendo estes: Bélgica, Dinamarca, França, Grécia, Itália, Noruega, Holanda, República Federal da Alemanha, Reino Unido, Suécia e Jugoslávia.

Quanto ao local de construção do grande laboratório, a escolha pela Suíça deu-se devido ela possuir uma das melhores reservas técnicas pós-guerra. Mesmo com seu inicio em terras suíças, o CERN foi estendido para a área francesa. Em seus primeiros anos de construção, baseou-se em inovações por Prêmios Nobeis, contando também os melhores engenheiros e técnicos da Europa.

Abertura da Escola de Física do CERN 2012

Olá pessoas, bom dia!

Desculpem meu desaparecimento. Além de ter que arrumar meu notebook novamente, ando tenho uma vida muito corrida na escola, muitas atividades e provas para corrigir. Mas estou aqui pra continuar a postar as atividades que ocorreram no CERN.

A partir desta postagem, descreverei cada atividade, palestras e cursos, buscando cada detalhe e acontecimento durante a Escola de Física do CERN 2012.


Início do curso do CERN

No início do primeiro dia de curso, tivemos uma reunião com o professor coordenador Nilson às 8h30min, para discutirmos algumas questões de horário e para ressaltar alguns avisos importantes para os professores que quisessem se deslocar do CERN para a Cidade de Genebra.

Na Suíça, nos Trains (transporte público) não tem nenhum cobrador para verificar se você comprou ou não a passagem para usufruir do transporte. Para embarcar, é necessário comprar um ticket que fica no ponto do Train, que costa 3,50 CHF. Claro que você também pode embarcar sem comprar o ticket, porém, caso o fiscal solicite o seu ticket e você não estiver com ele, ganhará de presente uma singela multa de 80 CHF (aproximadamente R$ 160,00), ou seja, não aconselho!

O Curso do CERN em Língua Portuguesa iniciou às 14h com uma apresentação do professor Pedro Abreu, seguido pela abertura da Sexta Escola CERN 2012 em língua portuguesa, realizada pelo professor Mick Storr.



O professor Storr explica (em inglês) que o CERN convida professores de todo mundo para passar uma semana em suas dependências, visando divulgar as atividades e as pesquisas realizadas neste centro de pesquisa, para que estes docentes levem os conhecimentos adquiridos para suas escolas, visando motivar e apresentar para os alunos o que está sendo realizado de mais atual em ciência.

A ideia é que o professor que está recebendo a informação transmita o que aprendeu no curso para outras pessoas, como por exemplo, os alunos, talvez numa escala de até 1000 vezes mais de transmissão de conhecimento.

Em sua fala, enfatiza que a ciência moderna deve ser levada para as escolas de ensino básico. Acredita que a partir desta visão, consegue-se motivar os alunos para continuarem a buscar as áreas relacionadas com ciências, para descobrirem a física presente no mundo. Com isso, consegue-se motivar os alunos para que sigam as carreiras de ciências nas universidades, como por exemplo, as engenharias ou outros cursos relacionados à matemática e física.

Para finalizar sua fala, comentou sobre as atividades que seriam realizadas pelos professores presentes no curso. Ressaltou também a oportunidade que os mesmos estavam tento para conhecer outras pessoas, de outros países e culturas diferentes. Disse ainda que o curso é estruturado para que os professores se sintam motivados, e que estes, inspirem seus alunos em seu retorno. 

A apresentação da sua palestra pode ser visualiza neste LINK.